Tempo no Canada

domingo, 26 de agosto de 2007

Entrevista de Québec

A viagem

Nossa entrevista estava marcada para o dia 24/08 às 14h30 então compramos as passagens para o dia 23, já pensando nos imprevistos que poderiam vir.

A previsão de saída do vôo era às 18h45. Quando chegamos ao aeroporto disseram que tínhamos que pegar um ônibus para o Terminal 2 (uma bagunça), pra quem nunca foi lá fica em frente a Fiat, nós nem sabíamos que existia isso rsssssss.

Pouco depois que entramos no avião, informaram que o vôo ia atrasar 15 minutos, mas na verdade foi mais de 1h30 de atraso, pensem num povo nervoso.... o avião estava fervendo por dentro (alem do povo indignado o ar condicionado estava desligado).

Finalmente saímos e chegando perto de SP o piloto anuncia que Congonhas estava com muito tráfego aéreo então teríamos que ficar brincando de dar voltas em Campinas (ficamos até tonto de tantas voltas), depois de uns 40 minutos o piloto falou mais uma vez que teríamos que ficar mais um tempo dando volta só que agora em Pirassununga (pelo menos mudou a paisagem né...rsss). Quando achamos que não faltava mais nada pra acontecer o piloto informa que não vamos pousar mais em Congonhas por causa da segurança (uffa) e sim em Guarulhos.
Ao invés de 1h30 de vôo, demoramos 2h30 no trajeto Brasília/São Paulo, quando chegamos a Guarulhos tivemos que pegar um ônibus da empresa para irmos a Congonhas ai ai ai, moral da história, chegamos no hotel já era mais de meia-noite.

Assim que chegamos ao hotel tivemos uma surpresa agradável em ver a logomarca dele, era a folha de Plátano :), dai já pensei com meus botões: "isso é um bom sinal rsss". Fizemos o check in e fomos dormir, pelo menos nesse ponto não tivemos problemas.


Dia da Entrevista


Acordamos umas 9h da manhã tomamos café e a Luciana ficou estudando um pouco e eu andando de um lado pro outro do quarto, oooooo ansiedade. Umas 11h eu já tava querendo me arrumar, rsssss.. a Luciana faltou me amarrar na cama pra vê se eu aquietava. Nos arrumamos e fomos para a entrevista. Chegamos no Crownie Plaza às 14h, 30 minutos antes pra não ter problema e nos anunciamos na recepção, a recepcionista disse que iria nos anunciar 5 minutos antes, às 14h25 (até ai tudo bem). Às 14h25 a Luciana foi à recepção e solicitou o anúncio da nossa chegada. Gente mesmo assim a mulher esqueceu de fazer isso. Deu 14h30 nada e às 14h45 eu fui lá ver o que estava acontecendo, dai a mulher liga na sala pedindo desculpas para o Sr Carl Teixeira dizendo que teve um "problema" (só se for na cabeça dela) e não tinha conseguido nos anunciar antes. Já subimos atrasados e mais nervosos. Nesse meio tempo acho que bebi uns dois copos de suco de maracujá no bar do hotel rsssss

A entrevista

Chegando no 15º andar conhecemos o Sr. Carl Teixeira, e ele já veio perguntando o porquê da gente estar atrasado, se tinha sido problema do hotel mesmo. Falamos a verdade, que tínhamos chegado às 14h e eles tinham esquecido de avisar. Ele com a cara de indignado pediu que sentássemos (tudo isso em francês claro, e por sinal nada de falar devagar ou com pausas, tinha que entender tudo. Teve até um momento que a Luciana pediu pra ele falar um pouco devagar, mas ele disse que não poderia, pois ainda tinha várias entrevistas pela frente e já estava atrasado, ô vontade de matar a recepcionista do hotel rsss). Começamos a entrevista ele explicando o que estava fazendo ali, quem ele era, bla bla bla bla e começou a pedir a documentação.

Ele nos perguntou sobre as qualificações, sobre os meus filhos, e explica que poderei levá-los se a mãe deles me der a devida autorização (que acho difícil), mas nesse momento disse a ele que não os levaria, pelo menos até me estabilizar por lá. Então ele começa a pedir as comprovações de emprego e pergunta sobre as cartas de recomendação das empresas que já trabalhamos. Como não sabíamos que eram necessárias não levamos. Daí ele já nos deu uma puxada de orelha dizendo que só com a carteira de trabalho não iria adiantar de nada quando chegássemos lá, mas falamos a ele que iríamos solicitar às empresas que já trabalhamos, antes de ir é claro.
Gente, pra falar tudo isso sofremos, pois estudamos pouco a língua, foram somente 150 horas e mais algumas aulas particulares.

Ele pediu todos os comprovantes das horas de francês e começou um sermão por conta do nosso francês, confesso que essa hora entendi tudo, principalmente as vezes que ele falava FAIBLE (fraco em francês), quando ele começou a “pagação” de sapo pensei: "Ferrou, ele vai pedir mais horas, vai pedir pra gente fazer o DELF, vai reprovar a gente, etc etc", foi a hora que lembrei O PROJETO (fizemos um projeto de imigração, que estava dentro da bolsa). Peguei o bendito e coloquei em cima da mesa sem falar nada. Quando ele viu já foi logo dizendo: "Agora vamos passar ao projeto de imigração que eu vi que vocês fizeram". Nossa, que alivio, foi a nossa salvação. Ele perguntou onde queríamos trabalhar e mostramos as páginas onde estavam as listas de empregos pesquisadas e as melhores empresas pra se trabalhar, perguntou sobre o quanto estávamos pensando em gastar nos primeiros meses e falamos: "Página tal rsss", dai ele fez até uma brincadeira dizendo que o que a gente estava pensando em gastar com comida era pouco, pois nós brasileiros, estamos acostumados a comer bastante por conta da quantidade e qualidade da comida que existe no nosso país, tive que concordar com ele rsss.

Quando ele começou a dar dicas dizendo que se não encontrássemos lugares mais baratos para morar em Montréal poderíamos procurar Laval ou outra cidade próxima, mas que estivesse interligada com o metrô, de onde procurar emprego, onde melhorar a língua, etc etc, fiquei mais aliviado, pois pelos relatos anteriores isso seria um bom sinal rssss.

Dai ele diz: "é, estou vendo que vocês estão bem estruturados para os primeiros meses, agora me falem o que vocês pretendem fazer em Québec, falem da suas qualificações profissionais".
Explicamos tudo, onde iríamos trabalhar, onde procurar, onde pedir ajuda, etc etc, só que por conta do SAPO que levamos a Luciana já tava pequenininha na cadeira e já tava achando que não iríamos conseguir, nessa hora ela já tinha se desligado de tudo que ele tava falando, não tava conseguindo entender mais nada, tive que assumir...rsrsrs. De repente ele disse: "je vais vous accepter, mais dans la limite, par l'expérience professionnelle de vous" ou seja “vou aceitar vocês, mas no limite, pois vocês tem uma boa experiência profissional”, quando ele falou isso eu estava virando pra olhar pra Luciana e ela pegou na minha perna, quando ela fez isso eu que pensei que era pra dizer “MERCI” agradecendo a ele, pois na empolgação eu tinha até esquecido. Eu agradeci e não olhei novamente pra ela porque ele começou a falar novamente.

Quem estudou Francês sabe que o VOUS pode significar tanto “vocês” quanto “você”. Como ela estava muito nervosa pensou que como ele olhou somente pra mim ela não tinha sido aprovada (eita nervosismo), e ainda piorou quando ele disse olhando pra ela: "Vocês conhecem a Aliança Francesa em Brasília? Assim que vocês chegarem lá estudem uns meses e façam a prova do DELF para melhorar o francês de vocês", só que ela entendeu que teria que fazer mais horas de francês e fazer a prova do DELF, pense numa tristeza que demorou pra passar. Depois disso ele pega um postal de Québec e nos entrega dizendo bem-vindos e explica que a impressora dele estava com problema e que o CSQ seria enviado pelo correio bla bla bla bla. Nisso a Luciana continuou pensando nas horas a mais de francês que teria que fazer rsssss. Depois de 1h de entrevista nos despedimos dele e fomos para elevador. Lá dentro minha esposa pergunta: "Amor, eu não passei né? Só você que foi aprovado. Foi isso que entendi. Ta certo?" Dai expliquei que não, que ela tinha sido aprovada também, afinal ela é a requerente principal rsss... até aliviar a bixinha. Ela disse que só iria acreditar quando chegasse o CSQ lá em casa rssss.

Dicas

Façam o projeto, é extremamente importante não só pra entrevista, mas para ajudar na preparação, pois como ele disse, com pouco francês ou um mal planejamento não vamos conseguir muita coisa lá e vamos assustar e querer voltar rápido.

Estudem a língua, não adianta levar nada decorado, dicionário, lista de verbos, bla bla bla, pois a entrevista é muito rápida e não da tempo de pegar nada pra ler.

Fiquem calmos, suco de maracujá ajuda rssss, pois quanto mais nervoso menos vocês vão entender.

Então se preparem façam o projeto e quem precisar de ajuda sobre o projeto pode nos pedir, pois queremos mais vizinhos brasileiros por lá :D

Abs.

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